Dia Universal do Orgulho Negro

Dia Universal do Orgulho Negro
“Coisas comuns, como ir ao supermercado, eram extremamente difíceis para mim. Os seguranças me seguiam, pensando que eu roubaria alguma coisa da loja. À noite, os motoristas não paravam os ônibus, com medo de que eu fosse algum delinquente”. Condenado sem cometer nenhum crime, Darlan Oliveira, 19, é um dos milhões de negros vítimas de preconceito no Brasil.
À história dele, se somam outros relatos de injustiça e crueldade. O estudante Derlian Cunha, 17, pensou em tirar a própria vida diante das agressões verbais e morais que sofria na escola, devido à cor da pele. “Eu ficava muito deprimido, sem amigos, sentia-me uma aberração de outro mundo”, lembra.
Para vencer o preconceito e promover a igualdade, o primeiro Dia Universal do Orgulho Negro reuniu mais de 15 mil pessoas no Rio de Janeiro. Os bispos Edir Macedo e João Leite usaram suas experiências de vida como exemplos de superação do complexo de inferioridade que atinge milhares de pessoas.“O preconceito é ainda maior quando se é negro e pobre. Não me esqueço do dia em que fui chamado de sujo numa festa, onde o dono da casa nem me deixou sentar no sofá”, contou o bispo João.14313936505_e3f8f7f522_z
Deus nos olha como alma, não pela diferença de cor. A sua alma é tão valiosa quanto de qualquer outra pessoa. Jesus veio para salvá-la – Bispo Edir Macedo.
Outros testemunhos, como o do empresário Cláudio Soares, revelaram o maior segredo para superar o ódio e a rejeição. Desde criança sofria com o preconceito dentro da própria família. Ele era o único negro dentre os quatro irmãos. Ele se achava uma pessoa insignificante, excluído pela sociedade e por si mesmo! “Passei a ver o racismo nos olhos das pessoas, mesmo quando elas me tratavam normalmente. O preconceito estava dentro de mim mesmo”, contou o empresário.
14334134703_a3f0d871a1_z“Ao chegar na Universal, fui tratado como gente! Me senti uma outra pessoa e aprendi a pensar com a cabeça, a vencer os complexos e conquistar meus sonhos”, explicou.
Quando você tem consciência de quem você é, passa a debochar das situações de descriminação. Ninguém é melhor do que você! – Bispo João Leite
Artistas e autoridades também somaram suas vozes no discurso por uma sociedade mais justa e igualitária. Para o ator André Ramiro a desigualdade social e uma triste realidade que ainda alimenta o preconceito nos dias atuais. “As pessoas precisam aprender que a cor da pele não é o mais importante, e sim o que temos em nosso interior.Vinicius Romão, ator que foi acusado e preso injustamente por roubo, diz que a família, igreja e amigos foram fundamentais para superação do preconceito racial, e que este assunto deveria ser abordado nas escolas. “O preconceito e visto como algo natural, o meu caso não e isolado, existe outras histórias de pessoas negras, que foram presas injustamente.”
14127421847_7818e7c56d_z“Um dia a cor dos meus olhos serão mais fortes do que a cor da minha pele.” declarou D´Black no Dia do Orgulho Negro, citando também Barack Obama como um símbolo de superação. O ator Vinicius Romão,acusado e preso, injustamente, por roubo, diz que a família, a igreja e amigos foram fundamentais para superação do preconceito racial, e que este assunto deveria ser abordado nas escolas. “O preconceito e visto como algo natural, o meu caso não e isolado, existe outras histórias de pessoas negras, que foram presas injustamente”, contou.
A ex-Globeleza Valéria Valenssa, que também esteve presente no evento Dia Universal do Orgulho Negro, em entrevista ressaltou o orgulho que sente da sua cor: “Assim como nós, negros, temos que aprender a superar o preconceito, cada pessoa também tem que aprender a lidar com as diferenças”.
14127311530_2ac4d28fe0_zO bispo Júlio Pinheiro, responsável do pelo trabalho evangelístico da Universal nos presídios e o subsecretário estadual de tratamento penitenciário, Marcio da Silva Rosa, compartilhamda mesma opinião, quando dizem que á fé é fundamental no processo de recuperação dos detentos: “O acesso à Palavra de Deus tem sido uma força auxiliadora dentro dos serviços prestados aos detentos, incluindo os negros”.
O defensor público do Rio de Janeiro, Nilson Bruno afirmou que é preciso coragem para enfrentar o ódio e o preconceito: “A população entendeu que é possível e necessário combater essa prática.Enquanto nós colocávamos o racismo debaixo do tapete, ficava muito difícil deo identificarmos e o combatermos”.

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